Saturday, August 18, 2007

Olha...porque será!?

Junho...morno. Julho...frio. Agosto...chuva. Reacção...surpresa. É um encadeamento esquisito de palavras, pois é. Mas não me parece que seja um raciocínio distante do que se tem passado. É um daqueles casos que me levam a alguma angústia e também a muita indignação.
Já não é nova a admiração dos cidadãos (pelo menos os) portugueses (deduzo que o mesmo se passe lá fora) com as alterações do tempo, muitos estranham que esteja tudo virado do avesso. E eu olho para isto com os óculos na ponta do nariz e testa cabisbaixa e pergunto-me se ouvi bem.
Depois de tanta publicidade e de tanta campanha e - o pior - de tanta adesão, continuo a achar que o pêro está ainda muito verde.
É engraçado ver os miúdos na publicidade da televisão a ensinar a reciclar e consegue ser ainda melhor jogar as reacções dos espectadores com os seus comportamentos. Não falarei de todos, porque espero que hajam excepções, mas em geral achamos todos muito bem que se recicle e chateia muito saber que se afundou mais um petroleiro nos mares do lá-vai-longe, da mesma maneira como dói muito ver tanto peixe morto pelo crude. Mas o facto é que vê-mo-los todos a acabar esta conversa com aquela cara de quem pensa duas vezes, despedir e entrar no carro para seguir caminho. É difícil ser tão cego ao ponto de não perceber que está tudo nas mãos de quem compra que, por acaso, até somos nós e que não basta achar que sim, há que mexer o couro.
Mas, afinal eles lá é que não param de sujar, não é? Pois é pá, que chatice...

Sunday, July 15, 2007

Fugaz degradar...

Hoje, ponho fim à minha vida idealizada enquanto ser socialmente tradicional. Acho que deixei de ter vontade de fazer a minha vida naquele trilho tão tradicional, tirar o curso, fazer-me Dr., trabalhar, casar, ter descendências… O mundo está cada vez mais perto do fim e com este partirei eu e todos aqueles que quero bem.

O tão esperado e previsto e avisado e renegado e gozado e afinal real tumulto chegou. Já não se conhece ordem; ora uns morrem assados sob um calor de mais de 50 graus, ora outros morrem afogados em chuva. Por aqui as coisas vão andando minimamente normais, embora ainda assim se façam sentir algumas irregularidades.

Mesmo assim, eu olho a janela do quarto, sentado à secretária e penso que em vez de estar a desperdiçar o meu tempo aqui sozinho em casa, deveria talvez recorrer a todos e mais alguns e fazer tudo aquilo que quero e o que não quero.

Tenho sinceramente medo que as ciosas acabem por torcer e tudo acabe. Mas sim, podemos admitir que as coisas não vão acontecer assim de forma tão rompante e que cada um terá a sua vez de ir caminhando até ao seu grau mais profundo de degradação e que todos teremos tempo suficiente de tortura até ao fim...

Mas enfim, no meio de tantos, sou apenas louco.

Thursday, June 28, 2007

Hoje

"Hoje" é um termo muito grande. É uma palavra muito globalizante, uma palavra mundial. Um dia não é apenas um conjunto cronológico de 24 horas, e se formos por aí, 24 horas não serão apenas 1440 minutos e nem tanto meros 86400 segundos.
Se pensarmos que este ínfimo pormenor que é o mundo em que vivemos, possui cerca de
6 500 000 000 de habitantes humanos, entre mais de cerca de 30 milhões de espécies animais e outras tantas de vegetais e ainda se contarmos com mais os reinos todos que existem e ainda se multiplicarmos pelo número de exemplares de cada espécie e cada reino; se pensarmos nisto, talvez possamos ficar com uma leve ideia da imensidão que é a vida neste planeta.
Então e se de um momento para o outro surgisse a hipótese de a Terra não ser mais do que um ponto (não) final no meio da Bíblia? Assustador não é? Imaginar que neste mundo a nossa existência (enquanto indivíduos singulares) é praticamente nula, ainda que não o seja o nosso papel no meio disto tudo...
Talvez se torne um bocadinho mais assustador se tivermos uma perspectiva um tanto ou quanto exterior a tudo e pensarmos que no total um dia não serão 24 horas, mas sim 24 horas a multiplicar por cada coisa que mexe e reproduz.
É difícil sair da perspectiva individual, porque para nós um dia é sempre um dia, acabará sempre logo e recomeçará sempre amanhã. Mas...será sempre assim?
Vinte e quatro horas são para nós um dia que começa cedo e nunca mais acaba. Ah...velhas formigas...se assim fosse, já não íamos a meio do fim...